terça-feira, 19 de maio de 2009

IR E VIR


O direito de ir e vir são garantidos pela constituição federal e é neste intuito que o estado procura trabalhar promovendo a acessibilidade dos seus usuários ao metrô em São Paulo. Desde o começo de suas operações comerciais em 1974, ele executa ações para reduzir os obstáculos nas estações, não só na parte estrutural, mas também no treinamento dos seus funcionários. Isso gera a melhor utilização dos recursos oferecidos pelos trens.

Existem diversas campanhas educativas que orientam quanto ao uso correto do sistema, novos serviços, alteração de horários e atendimento preferencial. Cada estação tem um Supervisor Geral, que coordena as atividades e orienta os funcionários que atendem na linha de bloqueios, plataformas e bilheterias.

Os deficientes visuais estão incluídos na categoria de atendimento preferencial, podendo comprar bilhetes ou passar pelos bloqueios sem enfrentar as filhas, além de usar elevadores das estações e o assento nos trens. Esse direito é garantido pela Lei Federal 10.048/2000, 10.741/2003 e 5.296/2004.

Mas como funciona quando o deficiente visual quer alguém que o acompanhe no metrô? É preciso que esse acompanhamento seja solicitado. Esse funcionário do metrô fornece os dados do usuário ao Centro de Controle Operacional, inclusive a estação de destino. Em seguida, esse mesmo departamento supervisiona o seu trajeto e disponibiliza um empregado para atendê-lo em sua chegada. Parece simples não? Mas todo esse processo envolve muita interatividade e comunicação, tanto da parte dos funcionários como da parte do deficiente visual, que pede o serviço.

Geralmente é o integrante do programa “Jovem Cidadão” que auxilia na condução de pessoas com deficiência visual.

Mas e a estrutura? O que o metrô oferece? Algumas estações como a Sé, possuem sinalização tátil e visual indicando o local de embarque nas plataformas, bem como piso tátil entre o local de desembarque nas plataformas e os acessos, auxiliando o deslocamento com segurança dos deficientes visuais.

Os elevadores instalados nas estações têm sinalização em braile e intercomunicadores. A utilização é facultada aos usuários com deficiência ou mobilidade reduzida, idosos, gestantes convalescentes e acompanhantes. A liberação do uso desses elevadores é feita pelo próprio usuário por meio do intercomunicador.
Algumas estações já dispõem de piso tátil de alerta junto às escadas fixas, escadas rolantes, rampas e bordas das plataformas.

Além disso, o sistema de som transmite diversas mensagens e campanhas educativas que propõem a orientação sobre a segurança, novidades, serviços, acesso, precauções, etc.

Para obter o Bilhete Único Especial, a pessoa portadora de deficiência, impedida de exercer uma atividade profissional, deve dirigir-se a um dos postos credenciados pelas secretarias da Saúde do Estado ou do Município. Nesses locais, a pessoa será submetida a exame médico. De posse do laudo médico, o beneficiário deve dirigir-se, pessoalmente, à Estação Marechal Deodoro, loja 2, do Metrô ou à uma sub-prefeitura para confecção do seu Bilhete Único Especial, que é gratuito e pode ser renovado.

Acidente

Em 2006 ocorreu um acidente com um deficiente visual na estação Carandiru do metrô. E recentemente, veio a decisão judicial. O caso chegou ao ponto de a companhia do metrô ter que indenizar um deficiente visual que perdeu o equilíbrio e caiu na linha da Estação, localizada na Zona Norte da capital paulista. Ele sobreviveu, pois se atirou em direção à plataforma de embarque quando percebeu a aproximação da composição. Mas foi atingido pelo trem na perna. A empresa deve indenizá-lo em R$ 30 mil. A decisão é da 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo. “O que não se pode admitir é que um deficiente visual, que se socorre de bengala transite pela estação de metrô sem o acompanhamento e a proteção de um funcionário”. destacou o relator do discurso. Após depoimentos conflitantes, a decisão ficou a favor do deficiente visual, pois o tribunal entendeu que é de responsabilidade civil da Companhia Metropolitana do Metrô o auxílio ao deficiente. Casos assim deixam em evidência a importância de haver integração entre o usuário e o metrô para evitar que acidentes graves aconteçam. Fica o alerta.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

III Seminário Nacional de Esporte e Atividade Física para Cegos e Deficientes Visuais da CBDC

A Confederação Brasileira de Desportos para Cegos (CBDC) realizará nos dias 6 e 7 de junho o III Seminário Nacional de Esporte e Atividades físicas para Cegos e Deficientes Visuais. O evento acontecerá no Instituto de Cegos Padre Chico. (Rua Moreira de Godoy, 456 – Ipiranga – São Paulo / SP)

As inscrições podem ser feitas até às 18h do dia 3 de junho. É necessário preencher um formulário e enviá-lo por fax ou e-mail juntamente com o comprovante de depósito (R$ 100), referente à taxa de inscrição. As entidades que estiverem com a situação regular na CBDC (quitação do valor de anuidade) terão direito a uma vaga gratuita no Seminário. Para os estudantes há um desconto de 20%.
Realização: Confederação Brasileira de Desportos para Cegos – CBDC
Apoio: Instituto de Cegos Padre Chico

PROGRAMAÇÃO Dia 06.06 · 08h30 - Credenciamento · 09h00 - Boas Vindas CBDC e IPC / Palestra CBDC · 09h45 - Comitê Paraolimpico Brasileiro – CPB · 10h30 - Coffe Break · 10h45 - Gestão de Recursos Públicos · 11h30 - Esporte Paraolimpico Brasileiro · 12h15 - Almoço · 13h45 - Classificação Oftalmológica · 14h30 - Atletismo · 15h15 - Coffe Break · 15h30 - Natação · 16h15 - Powerlifiting · 17h00 - Educação Física Adaptada Dia 07.06 · 09h00 - Esporte na Vida da pessoa com deficiência · 09h45 - Goalball · 10h30 - Coffe Break · 10h45 - Judô · 11h30 - xadrez · 12h15 - Futebol · 13h00 - Encerramento e entrega de certificado.

terça-feira, 12 de maio de 2009

VISÃO DA ALMA

Pense numa máquina fotográfica. Agora imagine um deficiente visual tirar fotos utilizando os outros sentidos. É como enxergar com outros olhos.

Um curso gratuito de fotografia que foi oferecido pelo Centro Universitário SENAC, entre os meses de março e novembro de 2008 chamou a atenção: Supervisionados por estudantes do curso Bacharelado em Fotografia, os alunos produziram imagens feitas na Bienal de São Paulo, Mercado Municipal e locais comuns, do dia-a-dia.

"Foi uma experiência incrível. Antes de fazer o curso, pensava que era impossível o cego tirar fotos", conta o aluno João Batista Maia da Silva, 34 anos, que tem deficiência visual desde os 28. "Passamos a conhecer a máquina fotográfica, a escolher e identificar o objeto a ser fotografado. Hoje, eu posso sair à rua e fotografar com segurança um objeto ou uma paisagem. A técnica eu já sei. Basta uma descrição do que pretendo fotografar para deixar a imaginação trabalhar."

O projeto começou através da necessidade de novos conhecimentos que os usuários da biblioteca braile do Centro Universitário SENAC sentiram. A primeira turma formada foi com sete estudantes e a previsão é que haja um aumento de 30% no número de vagas este ano.

Com as fotos tiradas pelos alunos foi feita em dezembro do ano passado a exposição fotográfica Percepções do Visível: Fotografias feitas por Deficientes. O mais interessante em tudo isso é que o curso se tornou uma troca de experiências entre o educador e o aluno. O aluno projeta nas fotos a sua percepção de mundo.

A iniciativa do SENAC é um incentivo para que outras instituições adotem posições similares na inclusão do deficiente visual.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Centro Cultural Vergueiro oferece alternativas aos deficientes visuais


O Centro Cultural São Paulo, localizado próximo à estação Vergueiro do Metrô tem trabalhado com o programa Livre Acesso, cujo principal objetivo promover a inclusão de pessoas com deficiência aos diversos eventos que oferece: exposições, aulas, shows, livros, informática.

Uma das mudanças que ajudou muito foi a reestruturação da biblioteca Louis Braille, que antes estava localizada em uma área isolada e agora permanece junto à praça das bibliotecas. Após esse avanço, o piso tátil foi colocado, o que auxiliou na locomoção e na convivivência social dos deficientes visuais que passam pelo centro.

Na Biblioteca Louis Braille estão disponíveis cinco equipamentos especiais com programas que convertem em áudio o conteúdo exibido na tela. Para isso, utiliza-se o HPR, um software adaptado especialmente para o acesso a sites. Ele "lê" os links e o internauta escolhe se acompanha a opção acionando a tecla enter. O HPR só existe em algumas instituições e foi doado pela IBM. Os programas facilitam muito mas a acessibilidade não chega a todos. É o que explica o funcionário Ricardo Sigolo: "Mesmo para os programas mais sofisticados a acessibilidade é de no máximo quarenta porcento dos sites que existem na internet".

O Centro Cultural recebe apoio da Fundação Dorina Nowill e Laramara - Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual e principalmente através da parceria com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, que forneceu por doações os equipamentos que abaixo:


Vídeo Ampliador


Lupa eletrônica que permite ampliação, regulagem de foco e controle de cor e contraste de materiais diversos. Utilizado por pessoas com baixa visão.Onde fica? Entrada da Biblioteca Sérgio Milliet, próximo ao balcão de informações. Disponível a todos os usuários.

Jaws

Software leitor de tela que auxilia na navegação lendo para o usuário as informações digitais. Pode ser utilizado juntamente com a Linha Braille ou independentemente dela. Onde fica? Computadores da Biblioteca Braille. Disponível a todos os usuários.

Linha Braille

Ferramenta instalada no computador que permite a leitura em Braille de informações digitais. Depende do Jaws para funcionar.Onde fica? Computadores da Biblioteca Braille. Disponível a todos os usuários.

Magic

Software para acesso a conteúdos digitais, que permite ampliação da tela conforme as necessidades dos usuários.Onde fica? Entrada da Biblioteca Sérgio Milliet, próximo ao balcão de informações. Disponível a todos os usuários.

Openbook

Software que converte conteúdos digitais em áudio. Onde fica? Computadores da Biblioteca Braille. Disponível a todos os usuários.

Máquinas Braille

Utilizada pelos funcionários da Biblioteca Braille para produção de material em Braille. Onde fica?
Biblioteca Braille.

Acessibility Works

Software utilizado para ampliação das informações da tela da Internet. Num monitor de 14 polegadas, uma letra pode chegar a ocupar a tela toda sem distorção. Para quem tem baixa visão.Onde fica? Em quatro dos computadores da Biblioteca Braille. Disponível para todos os usuários.

Headsets

Acessório multimídia para ser utilizado em conjunto com o HPR (leitor de conteúdo na Internet), dando mais privacidade aos usuários e evitando incomodar os demais.Onde fica? Biblioteca Braille. Disponível para todos os usuários.

Como se cadastrar na Biblioteca Louis Braille

O cadastro de usuários na Biblioteca Braille pode ser feito pessoalmente, por carta ou por e-mail. É necessário apresentação do RG, CPF e comprovante de residência com CEP, além de outros dados pessoais como: telefone para contato, e-mail, ocupação e escolaridade.

Os usuários cadastrados podem fazer empréstimos das obras na própria biblioteca ou por meio do Correio, que envia o material solicitado para qualquer cidade do Brasil.

Contatos
Telefone: (11) 3397-4088

Horário de funcionamento
Terça a sexta, das 10h às 19h; sábados e feriados, das 10h às 17h.

Endereço
Biblioteca Braille Louis Braille do Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso
São Paulo - SP
CEP: 01504-000



Adriana Galvão

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Alunos cegos ainda enfrentam dificuldades nas escolas pela falta de material adaptado

Apesar de considerar que o sistema braille já está universalizado no país, Regina Caldeira, da Comissão Brasileira do Braille e da Comissão Latino-Americana para Difusão do Braille, alerta que a aceitação obrigatória de crianças cegas nas escolas não é suficiente. Para ela, é preciso que o deficiente visual seja tratado dentro das mesmas condições que o aluno que enxerga – com livros transcritos, equipamentos adaptados e professores devidamente orientados. Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, Regina lembrou o bicentenário de aniversário de Louis Braille, criador do sistema.
Quase 200 anos após o surgimento do braille, ela avaliou que o mercado brasileiro de publicações parece não estar preparado para atender a demanda de livros transcritos.O caminho a ser percorrido pelas editoras, segundo Regina, é longo. Ela mesma considera a transcrição de livros para o braille uma tarefa difícil – além dos caracteres, é preciso trabalhar todas as vantagens disponíveis na leitura e na escrita visual, que incluem ilustrações, gráficos, mapas e simbologias.“É um pouco mais demorado que a produção de livros comuns. Isso faz com que nem sempre a criança cega que está na escola tenha o livro a tempo como as crianças que enxergam. Se não houver tudo isso, de nada adianta ela estar na escola”, afirmou.
Questionada sobre as tecnologias à disposição do sistema braille, ela avaliou que o avanço tecnológivo existe, apesar de não chegar a todos. Atualmente, os livros são produzidos por meio de impressoras automatizadas capazes de reduzir o tempo gasto na produção da publicação.Em relação a facilidades como a utilização de programas de computadores desenvolvidos para pessoas cegas, Regina destacou que os instrumentos servem apenas para auxiliar ou complementar a educação, mas que não devem substituir os livros transcritos – da mesma forma como não o fazem no caso de pessoas que enxergam.“Ao utilizar o computador, a pessoa cega vai simplesmente ouvir e, portanto, o braille continua sendo indispensável. Ele permite esse contato com a escrita e com a leitura, que contribui para a formação intelectual de qualquer ser humano”, disse.
Regina, como deficiente visual, atesta que o aprendizado do braille não é difícil e que, até 1825, quando Louis Braille apresentou a primeira versão do sistema, várias outras tentativas já haviam sido feitas. Por meio do braille, a pessoa cega consegue reconhecer o caractere tocando-o apenas uma vez – baseada na combinação de seis pontos que permitem a composição de todas as letras do alfabeto, de números, de sinais de pontuação e de acentuação gráfica.“Passados mais de 180 anos, o braille continua atendendo plenamente as necessidades de escrita e leitura das pessoas cegas”, afirmou
Desde o dia 4 de janeiro deste ano – aniversário de nascimento de Louis Braille – esta sendo vendido nas agências dos Correios um selo comemorativo do bicentenário do criador do sistema. No Congresso Nacional, um projeto que tramita no Senado prevê a criação do Dia Nacional do Braille, a ser comemorado em 8 de abril. Há planos ainda para que seja realizada uma semana nacional em comemoração à data, marcada para o mês de agosto, com o objetivo de instruir professores, pais e alunos.
Rafael Nathan

Empresa desenvolve caneta para deficientes visuais

A caneta especial para deficientes visuais que pretende facilitar a escrita em braille por crianças e adultos. “É um produto útil, mas que ainda não existe no mercado”, explica a bióloga Aline Piccoli Otalara, coordenadora da TECE (Tecnologia e Ciência Educacional).
O equipamento pode substituir o uso da reglete, que é uma prancheta e uma régua, acompanhadas de um punção utilizado para a escrita do código braille na folha de papel. Os primeiros modelos chegaram ao Brasil na década de 40 e sofreram poucas modificações. “Precisamos melhorar o design da caneta e arrumar um parceiro para produção em escala industrial”, diz Aline.
Segundo ela, o produto será importante para a inserção social de crianças em idade escolar e de adultos que perderam a visão. Atualmente, o uso da reglete obriga que a escrita seja feita no sentido inverso, ou seja, da direita para a esquerda, e o código escrito ao contrário, como se estivesse em frente a um espelho. O equipamento desenvolvido oferece a possibilidade de escrever da esquerda para a direita e com o código da maneira correta, facilitando a leitura simultânea.Para desenvolver o modelo, a empresa fez pesquisas com profissionais e entidades especializadas no atendimento aos deficientes visuais.
Entre os principais consultores, destacam-se o ex-professor da Unesp Manuel Costa Carnahyba, doutor em Educação, e que possui deficiência visual desde os quatro anos de idade, e a professora Deisy Piedade Munhoz Lopes, do departamento de Física da Unesp.A intenção é que a resina e o acrílico utilizados na confecção dos protótipos sejam trocados por material de custo baixo e mais confortável aos deficientes visuais. “Nossa preocupação foi a de fazer um produto que atendesse perfeitamente às necessidades do usuário”, explica Aline. “Esperamos que o equipamento chegue ao mercado pela metade do preço de uma reglete tradicional”.
Rafael Nathan

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Audiogame diverte pessoas com e sem problemas visuais

Com o objetivo de desenvolver um game que agradasse tanto a cegos quanto a pessoas sem problemas de visão, uma equipe de cientistas do Gambit Game Lab – estúdio ligado ao Massachusetts Institute of Technology – criou o AudiOdissey.

O game, que pode ser jogado utilizando as setas do PC ou por meio de um controle remoto que reconhece os movimentos, como o do Nintendo Wii, simula uma discoteca em que o DJ precisa estimular o público a dançar no ritmo de sua batida.


Na primeira parte do jogo, o DJ iniciante aprende a dominar os procedimentos básicos da sua profissão. Já na segunda e última fase, o jogador pode gastar a sua criatividade com uma gama muito maior de comandos.

Ainda em fase de protótipo, as próximas versões do game deverão ter um maior número de telas e oferecer mais opções aos jogadores.

Para jogar o AudiOdyssey basta fazer o download grátis no site http://gambit.mit.edu/loadgame/audiodyssey.php. Se quiser usar o Wiimote, o PC deverá ter uma placa Bluetooth.

domingo, 26 de abril de 2009

GRUPO DE AMIGOS DEFICIENTES VISUAIS CRIAM RÁDIO ONLINE


Uma rádio online criada por um grupo de cegos em Santa Catarina vem fazendo sucesso entre os internautas e recebendo bastante acesso.

Tudo começou em 2005, quando quatro amigos cegos, o jornalista Jean Schutz, 25 anos, o músico Reinaldo Tunes, 50, o bacharel em direito William Aparecido Silva, 29, e o funcionário público Jairo da Silva, tiveram a idéia de criar uma rádio na Internet. Como todos são apaixonados por música e já se reuniam com frequência para desenvolver esse projeto, em 2007 compraram um espaço virtual e lançaram a “Rádio Legal” www.radiolegal.org.

A programação da Rádio Legal é pré-gravada e atualizada semanalmente com aproximadamente 240 minutos de duração. A luta para possuir uma emissora se iniciou na internet por ser mais rápido e sem burocracia. Apesar de terem poucos equipamentos, os integrantes da rádio trabalham em casa e se reúnem para editar o material.

Os criadores da rádio querem transmitir ao público conteúdo jornalístico, musical e cultural e o retorno está sendo bastante positivo, devido aos elogios que vem recebendo do público. Tanto os elogios como as sugestões são sempre bem vindas, pois bucam melhorar a aperfeiçoar o trabalho que está sendo desenvolvido.

Schutz cuida da parte mais voltada ao jornalismo e William, Jairo e Reinaldo fazem as atualizações e programações musicais e culturais. “Queremos desmistificar essa história de que somos cegos e por isso, incapacitados”, afirmam. “Nossa cabeça funciona e conseguimos fazer muitas coisas”.


Essa é a maior prova de que o esforço e o talento para a concretização de um trabalho superam obstáculos, transformando um projeto em realidade.

sábado, 25 de abril de 2009

O trabalho dos cães guia é reconhecido pelos usuários

Além de ser uma proteção, o cão-guia se torna um amigo. É o caso de Regina, médica especializada em terapia intensiva que perdeu a visão aos 30 anos por causa de um glaucoma congênito. Dez anos depois de perder a visão, Regina ganhou um guia: Merlin, um labrador de apenas um ano que mudou totalmente o seu cotidiano.

“Merlin me deu desembaraço e autoconfiança. Mesmo que eu tenha que ir a lugares desconhecidos, sinto-me apoiada, jamais estou só.”, explica a médica.

Mas todo o processo para o desenvolvimento de um cão-guia não é tão simples como parece. Se divide em três fases: socialização, treinamento e instrução. Um filhote de cão-guia requer cerca de doze a dezoito meses de desenvolvimento em uma casa de criação, antes que esteja pronto para ir às escolas de cães-guia para o seu trabalho de treinamento formal. Nessa fase, o treinamento com os instrutores se inicia, durando aproximadamente de três a cinco meses.

Hoje em dia as raças mais usadas são: Labrador, Golden Retriever e Pastor Alemão.

Para o cego que não se adapta ao uso de bengala, o cão guia oferece uma grande ajuda, principalmente na hora de atravessar a rua. A união entre o cão guia e o seu dono é um fator que estimula o carinho e confiança, transmitindo ao deficiente visual um retorno psicológico positivo. É importante lembrar que nem todas as pessoas se adaptam a um cão-guia, por isso a necessidade dos candidatos é um requisito que deve ser estudado cuidadosamente.

Muitos treinadores fazem cursos específicos em países como os Estados Unidos, Inglaterra e Argentina para poder aperfeiçoar cada vez mais os treinos de modo a adaptá-los às condições de vida do cego no Brasil.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

CÃO-GUIA


O cão-guia é considerado um grande facilitador para o dia-a-dia dos deficientes visuais. No Brasil, são poucas as organizações que trabalham com projetos voltados à utilização do cão guia. O IRIS é uma delas.

A entidade estabelece parceria com a instituição norte americana Leader Dogs e pretende implantar em São Paulo uma escola de treinamento para cães guia. O que está faltando no momento é o apoio público e privado.

São apenas três centros de treinamento para cães: o Integra (Brasília), o Helen Keller (Florianópolis) e o Íris (São Paulo). Infelizmente não existem animais treinados suficientes para atender a demanda. Atualmente o Brasil tem cerca de 50 cães guia. Para se ter uma idéia, em São Paulo a lista de espera é de duas mil pessoas, enquanto que são atendidas apenas oito por ano, em média.

Deficiente visual desde pequena e presidente do IRIS, Thays Martinez ficou conhecida no ano de 2000 quando foi impedida de entrar na estação Marechal Deodoro do Metrô acompanhada do seu cão guia, Bóris. Após entrar com uma ação judicial contra o metrô, Thays fez a sua defesa e enquanto o processo tramitava, conseguiu a aprovação de duas outras leis, uma estadual 10.784 de 2001 e outra federal, a 11.126 de 2005, que garante o acesso de cães-guia em locais públicos.

Em 2008 a Lei 12.907 modificou a lei estadual, deixando claro que o acesso é permitido somente aos deficientes visuais conduzidos por cães guias. Via de regra, o transporte de animais no Metrô é proibido.

A percepção e inteligência dos animais surpreendem a todos. Thays conta que em uma das primeiras experiências com seu cão guia em Nova Iorque, saiu de casa e esqueceu de pegar o endereço da casa em que estava hospedada. Mesmo assim, o labrador lembrou-se do caminho na volta.

Para saber mais, o site do instituto: www.iris.org.br

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fundação Bradesco oferece cursos de informática para deficientes visuais.

Promover a autonomia pessoal e oferecer aos deficientes visuais a oportunidade de capacitação para o mercado de trabalho. Esse é um dos principais objetivos do curso de informática para cegos da Fundação Bradesco

O curso surgiu em setembro de 1988 em Osasco (SP), após o lançamento do software Virtual Vision, sistema que permite aos deficientes visuais realizarem transações sozinhos no Bradesco Internet Banking .

A fundação Bradesco disponibiliza o curso gratuitamente em 32 unidades escolares e 38 entidades parceiras localizadas em vários estados.


Estrutura do curso

- Capacitar a pessoa portadora de deficiência visual a tornar-se um usuário do computador, em ambiente gráfico Windows, a partir de um programa leitor de tela, e fazer uso da Internet;

- Proporcionar ao deficiente visual melhor integração social e profissional.


Metodologia

O curso é ministrado a partir de aulas teórico-práticas, permitindo o contato do aluno com o computador.


Pré-requisitos:


- Ter idade mínima de 12 anos e ser alfabetizado.



Carga horária e conteúdo desenvolvido


- Introdução à Informática (Virtual Vision/Windows/Internet) : 48 horas

- Word: 40 horas

- Excel:40 horas


Contatos para Convênio de Educação Profissional: Rua Mário Milani, s/nº - Vila Yara Osasco, SP 06029-900 Tel.: (11) 3684-2357 / (11) 3684-3313Fax.: (11) 3684-4973 fict@fundacaobradesco.org.br

segunda-feira, 13 de abril de 2009

ATRIZ CEGA NA VIDA REAL E NA FICÇÃO


Pela primeira vez na televisão temos uma novela em que a atriz é cega na vida real e faz o papel de cega na ficação. A novela "Caras & Bocas", que começou a ser exibida hoje às 19:15 conta com uma a atriz Danieli Haloten, de 28 anos, cega desde os 17 devido ao glaucoma. Ela é de curitiba e se formou em jornalismo e artes cênicas.

O autor da novela, Walcir Carrasco, revela que criou a personagem antes de receber o e-mail de Danieli. Ao ver os seus trabalhos, gostou e a chamou para um teste. Foi assim que tudo começou.
A atriz faz o papel da irmã de Malvino Salvador, que entra como protagonista junto à Flávia Alessandra. Na novela, ela é cega desde os 10 anos de idade e quer ajudar nas despesas de sua casa. Então decide vender flores na porta de um restaurante, onde conhece o jovem Anselmo (Wagner Santisteban), que será o amor de sua vida.

Não é a primeira vez que Danieli faz um trabalho na TV, o que mostra a dedicação da jovem com sua área de trabalho. Ela já teve um programa de apresentadora na Band Regional de Curitiba.
O seu labrador, Higgans, companheiro fiel e inseparável a acompanha há quatro anos.

domingo, 12 de abril de 2009

Imagine

Tente acompanhar a história de um filme ou um episódio de novela de olhos fechados. É fácil de imaginar cada cena a partir das falas dos autores. Mas é só aparecer um silêncio, para que o quadro em sua mente seja interrompido.

Ao abrir os olhos está experiência terá acabado. Todavia, não é momentânea para os 16,6 milhões de brasileiros com deficiência visual.


A Audio-descriação (descrição das cenas) torna acessível o cinema para os deficientes visuais.
"É uma ação muito simples, mas de uma importância social muito grande. Muita gente deixa de ir ao cinema, ao teatro, porque acha que não vai compreender e, o pior, que vai atrapalhar as outras pessoas. O que não acontece com a áudio-descrição, oferecida apenas para quem necessita", explica o professor Francisco Lima, coordenador do Centro de Estudos Inclusivos da UFPE.
O curta-metragem Cão Guia, de 1999, Gustavo Acioli, foi um dos primeiros a disponibilizar a áudio-descrição no Brasil. "Um dos personagens do vídeo é uma mulher cega. Então, fizemos laboratório no Instituto Benjamim Constant. Quando o filme terminou, foi exibido em vários festivais, inclusive o de Munique, que era temático", conta a produtora Lara Pozzobom.

Para ver este e outros filmes acesse: http://www.blindtube.com.br/, e descubra a importância do Audio-descrição.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

MAPAS TÁTEIS NAS ESTAÇÕES DE METRÔ

Quando estamos no metrô ou em algum ponto de ônibus nos sentimos mais aliviados ao sabermos que existe um mapa por perto. Ter noção de quais são as ruas mais próximas e orientar-se com as indicações dos mapas da cidade é imprescindível para todos os cidadãos.

Foi com a intenção de que essa facilidade seja alcançada por todos, que o Departamento de Arquitetura do Complexo Educacional Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU – elaborou um projeto de mapas táteis voltados aos Deficientes Visuais. O lançamento do primeiro mapa foi feito nesta quarta-feira - dia 08 de abril - na sede da Fundação Dorina Nowill. Ele mostra a localização da entidade.

Agora os Deficientes Visuais que vivem em São Paulo ou que visitam a cidade poderão ter à sua disposição mapas instalados nas estações de metrô da cidade. A primeira estação que recebeu o mapa foi a de Santa Cecília. Está previsto que a próxima seja a estação Santa Cruz. As duas experiências no metrô de São Paulo servirão como teste. Ainda não existe um cronograma de quando todas as estações terão o mapa. De início, serão voluntários de organizações não-governamentais que orientação os usuários.

Segundo a Coordenadora do Curso de Arquitetura da FMU, Paula Katakura, tudo começou com um pequeno protótipo realizado há alguns anos, instalado na Fundação Dorina Nowill. O mapa reproduz em alto relevo o urbanismo da região, indicando as principais ruas e pontos de referência.

O diretor presidente da Fundação Dorina Nowill, Alfredo Weiszflog, explicou que a idéia é expandir o projeto para outras áreas além do metrô, convencendo outros poderes públicos para que apliquem em outros locais também. Segundo ele, o mapa não é voltado somente aos deficientes visuais. Ele possui sinalizações de fácil entendimento e trechos em destaque que podem ajudar, por exemplo, pessoas idosas que possuem dificuldades para enxergar algumas letras. “Um projeto inclusivo pode servir para toda a população”, observou.

O Segredo de Arlete (2ª parte - final)

Mesmo sabendo que não existem perspectivas de cura para os seus filhos, Arlete procura se manter atualizada sobre todos os procedimentos necessários ao tratamento, na tentativa de tornar o dia a dia deles mais saudável. “Antigamente tinha uma fisioterapeuta que vinha em casa, mas na ausência de um especialista eu faço o que posso”, afirma. “Eles andam de triciclos, se exercitam, e cada um tem suas pecinhas de montar para auxiliar na coordenação”.

Além disso, explica ela, todas as terças-feiras os jovens freqüentam a Escola Eloísa Assumpção, em Osasco, que tem como objetivo desenvolver atividades para integrar os deficientes à sociedade. Apesar de ver progressos no tratamento de seus filhos, a dona de casa percebe que os professores têm dificuldades para lidar com eles. “O fato de possuírem duas deficiências – motora e visual – os impede de realizar algumas atividades na quadra e na piscina”, afirma, acrescentando ainda que outros locais não os aceitam por já terem idades avançadas.

Mas se na escola os irmãos têm problemas para executar as tarefas desempenhadas pelos outros colegas, dentro de casa o potencial deles pode ser notado com mais clareza.

Ao observarmos melhor o ambiente, encontramos uma pilha de cadernos encostada próxima à porta. “Sim, eles desenham”, afirma Arlete, ao perceber a nossa surpresa.

Os pequenos rabiscos que seguem pelas páginas dão a impressão de tomarem formatos reais, mostrando o poder de imaginação dos jovens, ao tentar reproduzir o mundo invisível aos seus olhos.

Mesmo sem nunca ter visto um elefante, por exemplo, Jefferson conseguiu desenhar o animal. “Quando eu falo o que eles são capazes de fazer ninguém acredita”, conta Arlete. Orgulhosa, ela afirma que até mesmo os professores ficaram impressionados com a capacidade dos filhos, em uma visita que fizeram à sua casa recentemente.

Além de funcionar como uma eficaz terapia alternativa, os desenhos para eles são como uma grande brincadeira. “O dog black é meu, o dow white é da Ludmila e o dog cat é do Wellington”, diz Jefferson, já mais à vontade com a nossa presença.

Convivência amorosa

Em todos os momentos de nossa conversa, Arlete está rodeada pelos filhos. Como acontece na maioria das famílias, o caçula parece ser o mais paparicado pela mãe. “Não vendo, não troco, não dou”, diz ela, ao mesmo tempo em que lhe dá um abraço apertado.

Ela lamenta que cada vez mais as mães estejam deixando de dar atenção aos filhos, preocupadas somente com as atribulações do dia a dia e as dificuldades da vida conjugal. “Elas até ajudam a trocar de roupa, alimentam, dão assistência, mas a gente percebe que falta alguma coisa”, diz. “Eu sempre digo que é difícil, mas não impossível”.

Arlete conta ainda que costuma realizar todas as tarefas de casa sozinha, enquanto "as crianças" estão dormindo, sobrando-lhe pouco tempo para o seu próprio descanso.

Após passar por inúmeros percalços nessa longa caminhada, a dona de casa não se importa em abdicar de sua própria vida para zelar pelos filhos, e revela o segredo que a leva a estar sempre de bem com a vida. “Todos os dias eu acordo cedo, troco eles (sic), dou café, levo pra passear, dou medicação, converso, e com isso me sinto realizada”.

Adriana Póvoa
Fábio Guedes
Kátia Izawa

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O segredo de Arlete (1ª parte)

Ao ouvir o soar da campainha, em passos lentos se aproxima do portão e aos poucos vai chegando mais perto, até oferecer o convite para entrar. O corredor estreito leva até a porta principal, onde a luz do sol ilumina o ambiente. "Agora parece estar tudo um pouco mais tranqüilo, mas nem sempre foi assim", desabafa Arlete Viries.

Mãe de três filhos com deficiência visual, ela foi abandonada pelo marido quando o caçula tinha apenas 8 anos. “Mesmo morando conosco ele sempre foi um pai ausente”, lamenta.

A partida do marido, porém, acabou deixando seqüelas na vida da dona de casa. Com dificuldades para sustentar a família sozinha, Arlete e seus filhos viram-se obrigados a deixar o local onde moravam de aluguel, em Osasco, para viver na casa de parentes, no bairro do Itaim Paulista.

Para compensar despesas com aluguel, água e luz, a dona de casa passou a trabalhar arduamente como empregada doméstica, além de cuidar da contabilidade das oito casas que compunham o cortiço administrado pela sua tia Maria.

Em sua nova condição de vida, Arlete conta que tinha de se desdobrar para cumprir uma série de obrigações, que envolviam a necessidade de deixar a casa em ordem, mergulhar diariamente na infinidade de números e contas gerados pelos inquilinos e ainda sair à caça de escolas públicas capazes de atender aos seus filhos, portadores de necessidades especiais.

Foram sete anos vivendo nessa atribulada rotina, até que o destino voltasse a mexer os seus pauzinhos, fazendo-a novamente perder o rumo. “Após sofrer de diabetes por muitos anos, minha tia faleceu e fiquei sem ter onde morar”, relata.

Mas antes que o desespero fosse capaz de abatê-la, Arlete virou o jogo. Com a ajuda de amigos e a pensão que acabara de conquistar em função da deficiência de seus filhos, a dona de casa logo espantou o pesadelo que ameaçava tomar conta de sua vida – e ainda conseguiu realizar dois de seus maiores sonhos: voltar para Osasco e morar numa casa maior, adaptada para os seus filhos.

Sentada na espaçosa sala da sua atual moradia, com corrimões espalhados por todos os cantos, Arlete nos apresenta os três jovens: Wellington, 25 anos; Ludmila, 24; e Jefferson, 20. Curiosos, eles não desviam a atenção de nós em nenhum momento, ansiosos para descobrir quem havia acabado de chegar. “Ô Kátia, quem está aí? É a Adriana? Da rapaziada”, brinca Ludmila, a mais extrovertida entre os três irmãos. Apesar de ter dificuldades na fala, ela adora cantar e ouvir música. “Sou uma ‘pop star’”, diz, convicta.

Já os outros dois irmãos, mais tímidos, esboçam reação apenas quando a mãe lhes cutuca, na expectativa de que falem alguma coisa. “Responde Wellington, responde”, tenta Arlete, sem obter êxito.

Com características tão diferentes, eles possuem em comum o fato de sofrer de uma síndrome conhecida como Amaurose Congênita de Leber, disfunção de caráter hereditário que atinge uma em cada 100 mil pessoas no mundo todo, e se desenvolve nos primeiros anos de vida, debilitando os nervos dos olhos e do corpo.

(Confira amanhã a segunda parte da matéria)

Fábio Guedes
Adriana Póvoa
Kátia Izawa

domingo, 5 de abril de 2009

Um novo jeito de fotografar

É essa a proposta da Touch Sight, câmera digital que permitirá aos deficientes visuais não apenas fotografar, mas também reconhecer as imagens e levá-las para a posteridade.

Sem tela LCD, a máquina capta as imagens por meio de uma película em braile que se retrai e expande de acordo com o ambiente a ser registrado, possibilitando ao usuário sentir a foto que acabou de produzir.

Para que o momento do clique seja ainda mais “visualizável”, é possível também gravar o som do local durante três segundos e guardá-lo junto com a “fotografia”, dentro do próprio equipamento.

Desenvolvida pelos designers Chueh Lee, Liqing Zou, Ning Xu, Saiyou Ma, Dan Hu, Fengshun Jiang e Zhenhui Sun, a Touch Sight ainda está em fase de protótipo e deverá ser fabricada pela Samsung, que vem estudando o mercado à espera do melhor momento para lançá-la.

Mesmo sem previsão para chegar aos consumidores, a câmera já conquistou o prêmio IdeaAwards na categoria Communication-Tools – Concepts, uma das premiações mais consagradas dos EUA na área de design.

Fotos: Divulgação/Samsung

sábado, 4 de abril de 2009

É OUVIR E DAR ASAS À IMAGINAÇÃO

Uma forma muito gostosa de se estudar e ouvir histórias vêm se tornando cada vez mais presente no dia-a-dia das pessoas. Ouvir assuntos como filosofia, religião, literatura enquanto caminha, faz exercícios ou então em casa, no intuito de aprender, está se tornando uma ação cada vez mais comum. Muito conhecido e difundido na Europa e nos EUA, o ÁUDIOLIVRO é uma forma de incentivo à cultura.

Para os deficientes visuais, esse serviço tem proporcionado grandes benefícios, principalmente na hora de estudar. Embora o audiolivro não seja propriamente uma novidade, somente nos últimos anos o mercado editorial brasileiro está percebendo o potencial desse segmento.

Um fator que tem papel fundamental na viabilidade dos audiolivros é a popularização do formato de áudio MP3. Por ser compatível em diversos equipamentos, ouvir um livro torna-se possível em vários lugares e situações.

O portal Universidade Falada, http://www.universidadefalada.com.br/, site dedicado exclusivamente à distribuição de audiolivros, possui áudio livros nos mais variados assuntos, como música, filosofia e medicina. O serviço pretende criar a maior audioteca on-line do Brasil e disponibilizar um acervo de livros em MP3 em todas as áreas do conhecimento. As entidades voltadas aos deficientes visuais recebem os arquivos gratuitamente. No entanto, os demais usuários devem comprar as obras, cujos preços variam entre R$ 15 e R$ 20.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Livros em braile em bibliotecas municipais




A leitura é um dos hábitos essenciais para a aprendizagem humana. É através dela que obtemos conhecimentos e raciocínio, além de enriquecer o vocabulário. Mas como ler sem ver o que está escrito no papel?

A cada dia, os deficientes visuais tem tornado a leitura como umas prática frequente, seja estudando ou até mesmo buscando informação e divertimento extracurriculares. Existem várias maneiras de realiza-las, sendo elas: o uso do computador, auxilio do leidor e a leitura em braile.

O braile é a maneira mais utilizadas, onde os deficientes decifram os códigos com os dedos. Muitas bibliotecas municipais já disponibilizam um grande acervo em braile.

Para consultar as blibliotecas do sistema municipal que possuem acervo em braile acesse:

www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/catalogo_eletronico


Sugestão de leitura:


Alencar, José de. O tronco do ipê:[braille]. São Paulo: Imprensa Braille, 2002.

Almeida, Lúcia Machado de. O caso da borboleta Atíria:[braille]. São Paulo: Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2004.

Amado, Jorge. Capitães da areia:[braille]. São Paulo: Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2004.

Arnold, Nick. Caos químico:[braille]. São Paulo: Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2003.

Bandeira, Pedro. Descanse em paz, meu amor...:[braille]. São Paulo: Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2003.

Barnard, Júlio. Um guia para os remédios florais do Dr. Bach:[braille]. São Paulo: [s.n.], 1999.

Bloch, Pedro. Cara nova ou beleza pura! [braille]. Imprensa Braille, 1998.

Braga, Rubem. Os melhores contos:[braille]. (4. ed.). São Paulo: Imprensa Braille, 1998.
Camões, Luís de; Tufano, Douglas(Compilador). De Camões a Pessoa:[braille]. Imprensa Braille, 2001.

Campos, Paulo Mendes. Balé do pato e outras crônicas:[braille]. São Paulo: Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2003.

Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da língua portuguesa:[braille]. Imprensa Braille, 2002.

Fundação Dorina Nowill para Cegos (Editor/co-editor) Brasil. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. (Organizador). Lei n° 10.048, de 8 de novembro de 2000:[braille]. Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2002.

Le Carré, John. O espião que saiu do frio:[braille]. São Paulo: Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2005.

Marques, Yolanda. A mágica de aprender:[braille] : livro integrado, 1. série. Imprensa Braille, 1994.

Marques, Yolanda. A mágica de aprender:[braille] : livro integrado, 2. série. Imprensa Braille, 1994.

Marques, Yolanda. A mágica de aprender:[braille] : livro integrado, 3. série. Imprensa Braille, 1994.

Marques, Yolanda. A mágica de aprender:[braille] : livro integrado, 4. série. Imprensa Braille, 1994.

Ramos, Graciliano. Para gostar de ler, 8:[braille] : contos. São Paulo: Imprensa Braille, 2001.

Sabino, Fernando. Histórias divertidas:[braille]. São Paulo: Imprensa Braille, 2001.

Tabela periódica:[braille] : classificação periódica dos elementos. Imprensa Braille, 2002.

terça-feira, 31 de março de 2009

CARDÁPIO EM BRAILE


Por Lei, Secretaria Municipal de Saúde garante o cardápio em braile para pessoas portadoras de deficiência visual

Faz parte da natureza humana ter o desejo de fazer as próprias escolhas. Todos têm a necessidade de tomar frente ante os problemas do dia-a-dia. Essa iniciativa gera nas pessoas o sentimento de satisfação pessoal. E não é diferente para aqueles que são portadores de deficiência visual. Segundo o IBGE, existem 16,5 milhões de brasileiros com deficiência visual, seja a cegueira ou visão subnormal, sendo que dois milhões possuem baixa visão e 160 mil são cegos.

Foi pensando na liberdade de escolha dos deficientes visuais nos estabelecimentos alimentícios, que alguns Estados e Municípios criaram uma lei obrigando bares, lanchonetes e restaurantes a ter cardápios em Braile. Em São Paulo, esse direito é regulamentado pela Lei 12.363/1997. Quem fiscaliza o cumprimento dessa lei é a Secretaria Municipal de Saúde, através do departamento de Inspeção de Alimentos. Quando alguma exigência é infringida, a empresa pode sofrer algumas penalidades, como por exemplo, multa, que pode, no município, variar de R$ 100 a R$ 500 mil.

Não existe nada melhor do que entrar em um restaurante, sentar e verificar quais são as opções de comida mais agradáveis, sem ter que pedir auxílio o tempo todo ao garçom. "Eu mesma prefiro consultar o cardápio quando vou a um restaurante em vez de pedir para alguém ler para mim", diz a especialista em editoração braile, da Fundação Dorina Nowiil, Regina Fátima de Oliveira”.

Em São Paulo já existem muitos estabelecimentos que oferecem o cardápio em Braile. No entanto, alguns ainda estão adotando o sistema. Segundo o presidente da Confederação de Esporte para Cegos, David Farias Costa, a grande conquista desse benefício está presente quando percebemos que há uma opção a mais. “Quando vou a um restaurante adaptado com o método braile, sinto que isso é avanço não só para os deficientes visuais, mas também a sociedade como um todo”, diz.

Veja abaixo a lista de alguns restaurantes de São Paulo que trabalham com o sistema de locais indicados pela Fundação Dorina Nowill, que atendem pessoas cegas e realizam impressões em braile:

The Fifties
Praça Vilaboim, 77 - Higienópolis - Tel (11) 3824-9370
Alameda Jauaperí, 1468 - Moema - Tel (11) 5531-4460
Rua Funchal, 345 - Vila Olímpia - Tel (11) 38497453
Rua Tabapuã, 1100 - Itaim Bibi - Tel (11) 31686068

Restaurante La Pasta Gialla
Morumbi Shopping - Av. Parque Petroni Junior, 1089 - Piso Lazer - Loja 30 A/BTel (11) 5189-4690
Shopping Jardim Sul - Av. Giovanni Gronchi, 5819 - 2º Piso - MezaninoTel (11) 3744-4142

Pizzaria Brás
Rua Graúna, 125 - Moema - Tel (11) 5561-1736
Rua Vupabussu, 271 - Pinheiros - Tel (11) 3037-7975
Rua Sergipe, 406 - Higienópolis - Tel (11) 3231-1554

Pizzaria 1.900
Rua Estado de Israel, 240 - Vila Clementino - Tel (11) 5575-1900
Alameda dos Nhambiquaras, 573 - Indianópolis - Tel (11) 5051-1959
Rua da Consolação, 2942 - Cerqueira Cesar - Tel (11) 3061-3126O

Bar Baro
Rua Pequetita, 179 - Vila Olímpia - Tel (11) 3842-6861

Quintal do Bráz
Rua Gandavo, 447 - Vila Mariana - Tel (11) 5082-3800

Restaurante the Collection
Aeroporto Internacional de São Paulo (Terminal 1, Asa A, piso de embarque) Guarulhos - Tel (11) 64452567

Congonhas Grill
Aeroporto de Congonhas - Zona O - Tel (11) 5532-1303

Fonte: Revista Sentidos por Claudete Oliveira

sexta-feira, 27 de março de 2009

O esporte ao alcance de TODOS

Atualmente o esporte é considerado uma atividade importantíssima para beneficiar a saúde da população, tanto na parte física, como também na reabilitação da saúde mental.

Nos últimos cinco anos, o Esporte Adaptado brasileiro vem evoluindo, mas por falta de informação e, principalmente, de condições específicas para a sua prática, muitos portadores de deficiência ainda não têm acesso a ele. No Brasil, o esporte adaptado começou a se desenvolver no ano de 1958, com a fundação de dois clubes esportivos (um no Rio e outro em São Paulo).

Está comprovado que o exercício físico auxilia a interação do indivíduo com a sociedade. Foi com esse objetivo que o professor de educação física Steven Dubner criou, em 1996, a ADD – Associação Desportiva para Deficientes. É instituição sem fins lucrativos que trabalha com pessoas portadoras de deficiências por meio da prática de esportes.

Para saber mais, o site da associação está disponível no endereço: http://www.add.org.br/.

Adriana Galvão e Kátia Izawa

quinta-feira, 26 de março de 2009

"Touchscreen" para cegos

Com a popularização dos aparelhos celulares touchscreen - cujas telas são sensíveis ao toque do dedo -, acendeu-se uma nova discussão no meio eletrônico: como adaptar essa tecnologia aos deficientes visuais?
O debate veio à tona quando um dos maiores ícones da música internacional, Steve Wonder, reivindicou aos vendedores da Consumer Electronic Show 2009 (feira internacional de eletrônicos realizada no mês de janeiro em Las Vegas) que a novidade seja acessível também a essas pessoas portadoras de necessidades especiais.Mas até que ponto esses aparelhos, de fato, seriam úteis para eles?
Para pôr fim à polêmica, o cientista americano T. V. Raman está desenvolvendo uma série de soluções visando adaptar o touchscreen aos cegos, dentre elas um programa que interpreta qualquer toque na tela como se fosse o número 5, facilitando a localização das demais "teclas".Segundo ele, o fato desses equipamentos serem capazes de reunir softwares que funcionam como bússolas e GPS é outro fator favorável à propagação desse tipo de tecnologia para os cegos.O cientista vem trabalhando ainda num programa que permite aos deficientes visuais inserir textos, números e comandos no celular.Nenhuma dessas tecnologias está acessível aos usuários, mas ele promete disponibilizá-las gratuitamente num futuro próximo.

É esperar pra ver.

Fabio Guedes

quarta-feira, 25 de março de 2009

Outra Visão

Ao ouvir o soar da campainha, em passos lentos se aproxima do portão e aos poucos vai chegando mais perto, até oferecer o convite para entrar. O corredor estreito leva até a porta principal, onde apenas a luz do sol iluminava o ambiente. O extenso corrimão que se estendia dos quartos até a cozinha, deixava claro que sua vida havia mudado. “Agora parece estar tudo um pouco mais tranqüilo, mas nem sempre foi assim”, desabafa Arlete Viries.
Devido a dificuldades financeiras, Arlete morou no bairro Itaim Paulista e trabalhava arduamente para a sua tia, que sofria de diabetes. Em troca, não tinha despesas com aluguel, contas de água e luz. Com o falecimento de sua tia, Arlete e seus três filhos se mudam para um barraco em Osasco.
Com a ajuda de amigos, hoje Arlete mora em uma casa maior e sustenta sua família por meio da pensão de seus filhos e colaborações de amigos.
Ao entrar na cozinha, o som da TV parecia ser o único naquele momento. Tentando quebrar o silêncio, Arlete Veries apresenta os seus três filhos: Wellington, de 25 anos, Ludmila, de 24 e Jefferson, de 20 anos que nos receberam com um sorriso discreto.
Os três jovens possuem uma síndrome conhecida como Amaurose Congênita de Leber. Essa síndrome é de caráter hereditário e atinge a criança nos primeiros anos de vida, debilitando os nervos dos olhos e do corpo.
Era evidente a curiosidade dos jovens, que prestavam atenção em cada gesto, em cada palavra, tentando descobrir quem eram aquelas duas jovens. Aos poucos o clima de amizade foi aumentando, e as conversas nos proporcionaram uma grande emoção. Durante toda a entrevista, Wellington permaneceu quietinho, apenas ouvindo o que se passava. Poucas palavras surgiram após alguns beliscões de sua mãe. “Muitas pessoas passam na frente a minha casa e me vêem brincando com meus filhos: puxando o cabelo e chamando a atenção. Fico intrigada com o que eles estão pensando sobre mim, na verdade as aparências enganam. Muitas delas não imaginam o eles podem fazer: falar inglês (básico), andar de bicicleta, conversar...”.


Ao observar melhor o ambiente estranhamos uma pilha de cadernos encostada próximo à porta. Não foi preciso dizer nada. “Eles também desenham”, diz a mãe, ao ver o nosso olhar.
Sem mesmo nunca ter visto a fisionomia de uma mulher e de um elefante, Jefferson conseguiu desenhá-los, provando que a visão está além dos nossos olhos.



(Continua)


Katia Izawa e Adriana Galvão

DEFICIÊNCIAS

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.
"A amizade é um amor que nunca morre."
Mario Quintana.

Bem Vindos

Esse blog faz parte do trabalho proposto pelo professor de Webjornalismo, Mauricio Stycer e terá como tema os deficientes visuais. Teremos publicações de entrevistas com portadores de deficiência visual. O objetivo das entrevistas é conhecer mais o cotidiano dessas pessoas, as atividades que desenvolvem no dia-a-dia, suas percepções de mundo e adaptações na sociedade.A maioria dos blogs relacionados ao assunto fala diretamente sobre o preconceito, o que não é nosso foco. Desejamos retratar as experiências vividas por essas pessoas. A partir do recorte dessas experiências, iremos manter o leitor informado sobre os serviços, tecnologias e entretenimentos voltados para os deficientes visuais. A intenção do blog é quebrar o preconceito sem a necessidade de abordá-lo diretamente.

Kátia e Adriana